28/08/2010 sabado
A História do São Paulo Futebol Clube trata do clube de futebol de mesmo nome e começa em 1900 com a fundação do Clube Atlético Paulistano.
1900 – 1934: do Paulistano ao São Paulo da Floresta
O São Paulo Futebol Clube como conhecemos hoje teve sua fundação oficial em 1935. Mas a história do clube começa bem antes disso. O ano é o de 1900, pra ser mais exato, quando da fundação do Clube Atlético Paulistano .
O Paulistano era a grande potência do futebol paulista e brasileiro no início do século XX. Nesse time jogavam Arthur Friedenreich, grande futebolista do país nas décadas de 10 e 20. Conquistou o Campeonato Paulista por onze vezes e foi o primeiro time brasileiro a fazer uma excursão à Europa (em 1925), onde obteve um desempenho excelente. O Paulistano, no entanto recusou-se a aderir ao profissionalismo no futebol. Decidiu então encerrar suas atividades no futebol , embora, como clube social e de esportes amadores exista até hoje. O mesmo destino teve, no ano de 1929 a Associação Atlética das Palmeiras.
Em 26 de Janeiro de 1930, nasceu o São Paulo Futebol Clube, com jogadores e as cores vermelha e branca vindos do Paulistano (e futebolistas já consagrados como Araken, Friedenreich e Waldemar de Brito), e com o branco e o negro cedido pelo A.A. das Palmeiras, além de ter herdado deste o campo da Chácara da Floresta. O primeiro presidente do novo clube foi eleito pelos sócios: o dr. Edgard de Souza.
No mesmo ano, o time foi vice-campeão paulista e, em 1931, o São Paulo conquistou seu primeiro título estadual com Nestor (Joãozinho); Clodô e Barthô; Milton, Bino e Sasse; Luisinho, Siriri (Armandinho), Fried, Araken e Junqueirinha, e Rubens Salles de técnico. E em 1933, o São Paulo da Floresta bateria o Santos por 5 a 1 na primeira partida de futebol profissional do Brasil. No entanto, o clube conheceu uma séria crise financeira . Dirigentes adquiriram uma luxuosa sede na Rua Conselheiro Crispiniano (no centro da cidade), um palacete chamado Trocaderoo que acabou acarretando em uma dívida de 190 contos de réis. O fato ocasinou a fusão com o Clube de Regatas Tietê, que determinou que não se usassem cores, uniformes e vários outros símbolos do São Paulo – dando em troca o campo da Floresta e extinguindo o departamento de futebol em 14 de maio de 1935.
1935 – 1939: o clube da fé
O primeiro presidente do clube, Manoel do Carmo Meca, bem como seu outros fundadores e refundadores (Cid Mattos Viana, Francisco Pereira Carneiro, Eólo Campos, Manoel Arruda Nascimento, Izidoro Narvais Caro, Francisco Ribeiro Carril, Porphírio da Paz, Eduardo Oliveira Pirajá, Frederico A G. Menzen, Francisco Bastos, Sebastião Gouvêa, Dorival Gomes dos Santos, Deocleciano Dantas de Freitas e Carlos A. Azevedo Salles Jr.) jamais aceitaram o fim definitivo de sua paixão. Tanto que, logo depois da fusão com o Tietê, que sepultou o São Paulo da Floresta, aqueles obstinados deram à luz o Grêmio Tricolor. O objetivo, segundo eles, era manter vivo o futebol da velha “família paulistana”. O Grêmio daria origem ao Clube Atlético São Paulo, no dia 4 de junho de 1935, e, finalmente, ao São Paulo Futebol Clube atual, fundado em 16 de dezembro daquele mesmo ano. Depois de tantas ressurreições, o clube passou a ser conhecido como o “Clube da Fé”.
Dessa vez, o tricolor paulista havia nascido pobre. Os primeiros jogadores foram trazidos do Paraná pelo presidente e pelo primeiro técnico, Armando Del Debbio. De Curitiba, vieram o goleiro King e os médios José e Segoa. O primeiro jogo era contra a Portuguesa Santista no dia 25 de Janeiro de 1936. Era aniversário de São Paulo e a Secretaria de Educação havia proibido a realização de manifestações públicas que pudessem concorrer com uma parada realizada na Avenida Paulista naquele mesmo dia e horário. Porphyrio da Paz, diretor de futebol e autor do hino do clube, foi para a Paulista, subiu no palanque das autoridades e só voltou de lá com uma autorização assinada pelo secretário Cantídio Campos, permitindo ao Mais Querido jogar pela primeira vez.
O clube já nasceu muito popular, uma vez que tinha reunido as torcidas do Paulistano e da A. A. das Palmeiras. Esse time, no entanto era muito fraco: ficou só em oitavo no Campeonato Paulista de 1936 e em sétimo no de 1937. Nem sequer conseguiu a classificação para a fase decisiva do campeonato, que contou com seis times. Decidiram então reforçar o time com uma nova fusão, dessa vez com o Estudante Paulista, do bairro paulistano da Mooca e criado também por ex-simpatizantes do Paulistano. Na nova fusão, o São Paulo ganhou nove jogadores: Pedrosa (goleiro e futuro presidente do clube), Agostinho, Inocêncio, Ponzoníbio, Lisandro, Mendes, Armandinho, Araken e Paulo. Com eles, o Tricolor, até então um time tecnicamente inexpressivo, chegou ao vice-campeonato paulista de 1938. E teria ficado com a taça não fosse uma decisão polêmica do juiz que deu um gol duvidoso do atancante Carlinhos (ele teria usado a mão), empatando o jogo, resultado que deu o título ao Corinthians.
1940 – 1950: o rolo compressor
Em 1940, quando inaugurado o Pacaembu, o futebol de São Paulo começa uma nova era. O São Paulo foi o clube que melhor aproveitou o momento. Em 1941, mais um vice-campeonato paulista. Em 1942, a extravagância: Por 200 contos de réis (o equivalente hoje a R$ 162 mil) o São Paulo contratou Leônidas da Silva, jogador do Flamengo, considerado o grande craque da época. Mas não parou por aí. Já assumindo a condição de time grande, em seguida trouxe grandes nomes como o argentino António Sastre, Noronha, Bauer, Zezé Procópio, Luizinho, Rui e Teixeirinha. Com eles, o Tricolor formou o famoso time conhecido como “Rolo Compressor”, campeão cinco vezes nos anos 40, incluindo dois bicampeonatos (1945 e 1946; 1948 e 1949).
A conquista de 1943 teve um sabor todo especial, porque interrompeu a dobradinha Palestra Itália – Corinthians, que se revezavam como campeões desde 1936. Havia uma piada correndo na imprensa na época, que se dizia que o campeonato seria decidido no Cara ou Coroa: se no início do campeonato paulista a moeda fosse jogada e caísse de um lado daria Palestra. Do outro, o Corinthians seria o campeão. Quando o São Paulo foi campeão, foi então dito que “a moeda caiu em pé”. Em 1945, o título veio com uma única derrota, e, em 1946, o São Paulo foi bicampeão de forma invicta. Nesse momento, o clube já havia se instalado no Estádio do Canindé, terreno depois vendido à Portuguesa para viabilizar a construção do estádio do Morumbi. Com o bicampeonato de 1948 e 1949, o Tricolor fecha com glória os anos dourados de Leônidas da Silva. Tempos em que, segundo os torcedores mais fanáticos, “ninguém perguntava se o São Paulo ia ganhar, mas de quanto o São Paulo ia ganhar”. Tanto que poucos se importam com o tremendo escorregão de 1950 que tirou o tri paulista do Tricolor.
1951 – 1957: vacas magras
O começo dos anos 50 não foi de grandes títulos. Talvez porque a torcida e os dirigentes do Tricolor já estivessem nas nuvens com a possibilidade de um novo estádio. Apesar disso, o São Paulo foi campeão paulista de 1953, impedindo que o Corinthians fosse tri. Já com um elenco bastante renovado em relação ao da década anterior, o time teve como desempenho 24 vitórias, 2 empates e apenas 2 derrotas em 28 jogos disputados. O time base do campeonato foi: Poy, De Sordi e Mauro; Pé-de-Valsa, Bauer e Alfredo; Maurinho Albella, Gino, Negri e Teixeirinha.
Apesar da campanha, o São Paulo só seria campeão novamente em 1957. Naquela ocasião o time tinha a experiência do carioca Zizinho, já com 35 anos no campo e o treinador húngaro Bela Guttmann no banco. Numa partida tumultuada com o Corinthians o São Paulo acabou levando a taça pelo placar de 3 a 1. Daquele momento em diante, com o surgimento do Santos de Pelé e a construção do Morumbi consumindo todos os esforços e recursos, o São Paulo teria o maior jejum de títulos da sua histórias.
1958 – 1969: estádio e nada mais
Com o planejamento voltado para a construção do Estádio do Morumbi, o São Paulo simplesmente deixou de contratar. Nos doze anos que se seguiram ao título de 1957, não houve qualquer conquista relevante. A primeira parte do estádio foi concluída em 1960 e recebeu o nome de Cícero Pompeu de Toledo em homenagem ao presidente que havia feito grandes esforços para a construção do estádio, mas falecido antes de sua conclusão. O aperto no orçamento fez com que o clube vivesse de jogadores inexpressivos, como o goleiro Suli, o lateral Deleu, o zagueiro Gildásio e o atacante Nondas. Alguns valores como os zagueiros Roberto Dias e Jurandir até que tentavam dar um pouco de dignidade à defesa. Mas assim como os craques, os momentos de alegria também eram escassos.
Um deles é a goleada de 4 a 1 que fez o Santos de Pelé fugir de campo, no Campeonato Paulista de 1963. Quatro anos depois, em 1967, uma chance e tanto foi desperdiçada: bastava ganhar do já desclassificado Corinthians, na última rodada do campeonato, para o Tricolor recolocar as faixas de campeão paulista no peito, dez anos depois. O time vencia por 1 a 0, gol do volante Lourival, até os 44 minutos e 30 segundos do segundo tempo. Ao empatar aquele jogo com um gol de canela, o centroavante corintiano Benê acabou empurrando o São Paulo para um perigoso jogo extra contra o terrível Santos de Pelé. Que dessa vez ficou no gramado e acabou com o sonho dos são-paulinos.
1970 – 1975: a glória outra vez
Finalmente concluído o Morumbi em 1970, era hora de pensar no time novamente. Para a disputa do Campeonato Paulista daquela ano, vieram Gérson, do Botafogo, por 900 mil cruzeiros; Pedro Rocha, meia uruguaio do Peñarol; e Toninho Guerreiro, goleador do Santos. Com tanta gente de qualidade, foi fácil enterrar o incômodo jejum de títulos, que já entrava em seu décimo-terceiro ano. Uma conquista bem tranqüila, em que o principal rival foi a surpreendente Ponte Preta, recém-promovida à Primeira Divisão. Dirigido por Zezé Moreira, técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1954, o São Paulo alcançou a consagração com uma rodada de antecedência, vencendo o Guarani por 2 a 1 em Campinas.
Em 1971, ano do bicampeonato, a base era a mesma. Na decisão bastava o empate, mas o Tricolor não deixou por menos e bateu o Palmeiras por 1 x 0, gol de Toninho Guerreiro. Os sãopaulinos se divertem até hoje com o choro dos palmeirenses, que reclamam de um gol de cabeça de Leivinha, invalidado porque, segundo o árbitro Armando Marques, foi marcado com a mão. Na verdade, o gol foi de cabeça mesmo. Naquela mesma temporada, no primeiro Campeonato Brasileiro da história, o São Paulo ficou em segundo, atrás apenas do Atlético Mineiro comandado pelo técnico Telê Santana.
Nos anos seguintes, com a decadência progressiva do Santos de Pelé e o agravamento da crise do Corinthians (entrando em sua segunda década sem conquistas), São Paulo e Palmeiras repetiriam várias vezes um duelo particular. Em 1972, ambos terminaram o Campeonato Paulista invictos, mas o Palmeiras ficou com o título por ter um ponto a mais, conquistado justamente diante do Tricolor, com um 0 a 0 na última rodada. Em 1973, a briga foi em uma final de Campeonato Brasileiro. Novamente Palmeiras campeão, outra vez São Paulo vice. No ano seguinte, 1974, foi a vez de priorizar a Libertadores da América. O Tricolor chegou na final contra o Independiente, da Argentina. Mas o sonho parou nas mãos de um goleiro argentino chamado Gay.
A equipe de 1975, sob o comando do ex-goleiro José Poy, já tinha uma cara diferente daquela que era treinada até então por Zezé Moreira. Dos jogadores antigos, só restou Pedro Rocha, uruguaio comprado do Peñarol por US$ 150 mil e o maior ídolo daquele time. Mesmo assim o time manteve a trajetória vitoriosa dos primeiros anos da Era Morumbi. Ao lado do goleiro Waldir Peres, do volante Chicão e do centroavante Serginho, ele ajudou o São Paulo a ficar com mais uma taça de Campeão Paulista, derrotando a Portuguesa nos pênaltis.
1976 – 1979: tempos de afirmação
Waldir Peres, Chicão e Serginho foram também os donos da festa na campanha do Campeonato Brasileiro de 1977, conquistado no Mineirão, contra o franco favorito Atlético Mineiro. Foi nos pênaltis, depois do empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação. Era a primeira conquista nacional do São Paulo Futebol Clube, um clube cuja torcida começava a crescer também fora do Estado de São Paulo.
Nos anos seguintes, a presença tricolor nas fases decisivas dos campeonatos se torna mais constante, embora nenhum outro título relevante vá parar no Morumbi até 1980. O clube disputou a Libertadores em 1978 e chegou à final do Campeonato Paulista contra o Santos naquele mesmo ano. Apesar de ganhar a terceira partida decisiva por 2 a 0, perdeu o título para o adversário, dono de melhor campanha ao longo da competição. Tudo porque não conseguiu marcar mais um golzinho na prorrogação. Foram tempos marcados pelas diabruras do habilidoso ponta-esquerda Zé Sérgio e pelos gols do centroavante Serginho Chulapa, que desbancou o antigo ídolo Gino Orlando da condição de maior artilheiro da história do clube. A década termina com uma equipe cansada, que não participa do Campeonato Brasileiro de 1979. E que no Paulista é eliminada pelo Corinthians antes mesmo das semifinais. Sinal de que era hora de mudar tudo novamente.
1980 – 1990: década tricolor
Nos anos 1980, o São Paulo conquistaria um número impressionante de títulos, como nunca tinha feito, tanto no âmbito estadual quanto nacional. Logo em 1980, um Paulista iniciaria uma longa lista de troféus. Na zaga, talvez a melhor dupla de zaga de um time brasileiro em todos os tempos: Oscar e Dario Pereyra. Com técnica refinada e uma raça apaixonante, os dois atravessaram anos vencendo atacantes adversários. No ano seguinte, o São Paulo repetiria a dose ganhando mais um bicampeonato.
Em 1984, Cilinho prepararia uma safra de craques que faria época no clube. Depois de enfrentar a impaciência de alguns, o inteligente treinador revelaria ao mundo os “Menudos do Morumbi”, uma equipe jovem, rápida e inteligente que ganharia o apelido de um grupo musical de adolescentes da época. Nomes? Nada menos que Silas, Müller e Sidney.
No mesmo ano, o Paulista já ficaria no Morumbi, com um time velocíssimo, talentoso e inteligente. O ataque tinha Careca, centroavante mortal que iria à Copa do Mundo de 1986, e o meio-campo tinha Falcão, recém-chegado da Itália, já considerado o “Rei de Roma”.
As conquistas não paravam. Os “Menudos” amadureceram, e em 1986, o técnico Pepe lideraria o time para a conquista do segundo Campeonato Brasileiro, em cima do Guarani. Na final, um jogo eletrizante, que foi decidido nos pênaltis, depois que Careca marcou um golaço nos descontos da prorrogação, empatando o jogo. Aquele gol rendeu a Careca também o título de artilheiro do torneio. Mais um ano, mais um título. 1987 seria o “adeus” de Don Darío Pereyra da zaga Tricolor, e também a última taça levantada pelos “Menudos”. A “Década Tricolor” ainda reservava mais um Paulistão, o de 1989.
1990 – 1995: a era Telê
Após um período de tantas vitórias, todos apostavam numa fase descendente do São Paulo. E o time deu mesmo essa impressão. Em 1990, o time não fez uma boa campanha no Campeonato Paulista. E para pôr ordem na casa, o time chamou o técnico Telê Santana, que ainda carregava a fama de “perdedor”. O casamento entre São Paulo e Telê seria a união de maior sucesso na história do clube.
Telê chegou ao Morumbi em 1990, a tempo de levar o time à final do Brasileiro, vencida pelo Corinthians. Mas não foi nada. No ano seguinte, a vingança seria contra o mesmo Corinthians, só que no Campeonato Paulista. Um verdadeiro azar para os adversários, pois Telê lapidou seu time para arrasar nas finais.
Em 1991, O São Paulo já tinha a cara de Telê. O velho mestre soube como fazer o talento de Raí explodir, e não havia equipe brasileira que pudesse parar aquele time inteligente, leal e que pressionava o adversário durante 90 minutos. Depois de três finais de Brasileiro consecutivas, o São Paulo conquistaria seu terceiro título em cima do Bragantino de Carlos Alberto Parreira. Poucos acreditariam no que estava se armando.
Campeão Brasileiro, o São Paulo de Telê, Zetti e Raí começou a Libertadores como quem não quer nada, mas foi evoluindo durante a competição. No primeiro jogo da final, em Buenos Aires, o Newell’s Old Boys venceu por 1 a 0, mas a torcida sabia que nada poderia segurar o time. No jogo de volta, uma cena inédita: horas antes do jogo, o Morumbi já não tinha lugar para mais ninguém, mas a torcida continuava chegando. As vias de acesso ao estádio ficaram entupidas. E empurrado por um estádio apinhado, finalmente o título da Libertadores, nos pênaltis!
O sonho do Mundial Interclubes em Tóquio finalmente chegara. O adversário era o Barcelona de Johann Cruyff – considerado o melhor Barcelona de todos os tempos – com cracaços como Koeman, Stoichkov e Laudrup. O Barcelona sai na frente, mas com dois gols de Raí, o mundo se curvava à obra de arte do time de Telê Santana. O São Paulo era o melhor time do mundo. “Se você tem de ser atropelado, é melhor que seja por uma Ferrari”, disse Cruyff, após a partida, sobre a superioridade tricolor. Na volta, o São Paulo fez mais uma vítima, na final do Paulista: o Palmeiras, que amargava uma fila de 16 anos.
Raí ficou no São Paulo somente o suficiente para vencer mais uma Libertadores, contra o Universidad Católica. Deixou o clube para conquistar a França, mas foi substituído com outros craques. Telê remontou o São Paulo sem Raí para manter o título Mundial em Tóquio, pela segunda vez consecutiva. O adversário era o Milan de Fabio Capello (que tinha sido o único clube italiano a se sagrar campeão invicto na história). Numa partida eletrizante, o São Paulo esteve duas vezes em vantagem, com gols de Palhinha e Toninho Cerezo, mas Massaro e Papin pareciam estar decididos a estragar a festa. Quando o juiz já consultava o relógio, Muller fez valer a sua marca de predestinado e marcou um gol que jogou um balde d’água no Milan. São Paulo bicampeão do Mundial Interclubes!
Telê Santana ficou cinco anos no São Paulo. Neste período, venceu todas as competições possíveis de serem vencidas por um clube paulista (exceto a Copa do Brasil): Campeonato Paulista e Brasileiro, Libertadores, Copa Conmebol (com o time reserva, que acabou ganhando o apelido de Expressinho), Supercopa da Libertadores, Recopa da Libertadores, além dos torneios Ramón de Carranza, Teresa Herrera e o bi do Mundial Interclubes.
1995 – 2004: choque traumático pós-Telê
No início de 1995, por questões de saúde, Telê é obrigado a deixar o São Paulo, dando fim à época de ouro do time. Depois dele, entre 1995 e 2004, 14 técnicos passaram pelo tricolor sem se firmar. Nesses 10 anos, os únicos destaques do time liderado por Rogério Ceni, que também contou com Luis Fabiano e Kaká foram o Paulista de 2000 e o primeiro título do Torneio Rio-São Paulo destaque tambem para o titulo paulista de 1998 quando o Rei Raí voltou um dia antes da grande final e acabou sendo o destaque do jogo com um gol e com uma assistencia, em 2001. Émerson Leão assume o time no final de 2004, após fracasso na volta à Libertadores.
2005 – 2007: Apogeu são-paulino
Em 2005, com Leão, o São Paulo ganha força e inicia uma nova trajetória de conquistas, ganhando com facilidade o Paulista. Leão deixa o time, mas Paulo Autuori, que treinava até ali a Seleção Peruana, não diminui o entusiasmo, levando a equipe à final da Libertadores, contra o Atlético Paranaense, a primeira da história da competição entre dois times do mesmo país.
Com 1 a 1 em Porto Alegre (já que o adversário foi obrigado a jogar fora de seu estádio pelo mesmo não comportar o mínimo exigido pela Conmebol), e uma bela vitória de 4 a 0 em casa, no Morumbi, o São Paulo conquista a Libertadores da América de 2005 e é o primeiro time brasileiro a ser tricampeão dessa competição. Em dezembro de 2005, disputa no Japão o Mundial de Clubes da FIFA. Na primeira partida derrota o Al Ittihad da Arábia Saudita por 3 a 2 e na final derrota o Liverpool FC da Inglaterra por 1 a 0 com gol marcado por Mineiro. Se torna o único clube brasileiro tricampeão mundial.
Após o sucesso de 2005, o São Paulo entrou na temporada 2006 como o time a ser batido, enfrentando diversas dificuldades desde o início do ano. Paulo Autuori, o treinador campeão mundial, deixou o clube para treinar o Kashima Antlers, no Japão. Para substitui-lo foi contratado Muricy Ramalho, ídolo do clube nos anos 70 e treinador na década de 90.
Devido desadequação do calendário do futebol brasileiro ao europeu, o Tricolor foi prejudicado pelo sucesso internacional de 2005, sendo obrigado a iniciar o Paulistão sem a realização de uma pré-temporada adequada. Mesmo assim, venceu todos os clássicos e teve o melhor ataque da competição, mas devido aos tropeços decorrentes do início, quando não utilizou o time titular, acabou com vice-campeão, atrás apenas do campeão Santos.
Na Libertadores, o Tricolor mostrou força semelhante ao ano anterior, apesar de ser batido pelo Chivas Guadalajara nas duas partidas da primeira fase, inclusive no Morumbi, quebrando uma invencibilidade de dezenove anos. Mas o time cresceu nas fases finais, batendo o Palmeiras, Estudiantes e o próprio Chivas para alcançar sua sexta final, contra o Internacional. Mas o São Paulo jogou mal na primeira partida, perdendo em pleno Morumbi por 2 a 1. O empate em 2 a 2 na decisão em Porto Alegre deu o título aos gaúchos.
O São Paulo também disputou a Recopa Sul-Americana, um torneio entre os campeões do ano anterior da Libertadores (no caso, o São Paulo) e da Copa Sul-Americana (Boca Juniors). Em duas partidas muito equilibradas, os argentinos levaram a melhor com uma vitória de 2 a 1 em Buenos Aires e um empate em 2 a 2 em São Paulo.
Os três vice-campeonatos do ano foram a motivação para o Tricolor dedicar-se ao Brasileiro, no qual se sagrou campeão, antecipadamente, pela quarta vez, no dia 19 de novembro de 2006, após ter passado várias rodadas na liderança, inclusive alcançando um recorde de 27 rodadas seguidas na liderança.
Em 2007, a equipe continuou de forma brilhante no início. Acumulando partidas do ano anterior, ficou 29 jogos sem perder, até ser derrotado pelo Necaxa no México pela Libertadores. Classificou-se, nesta competição, em segundo lugar de seu grupo, tendo o Grêmio como oponente nas oitavas-de-final, onde foi eliminado após vencer o primeiro jogo por 1 a 0 no Morumbi e perder o segundo por 2 a 0 no Estádio Olímpico em Porto Alegre. Na outra competição continental que disputou, a Copa Sul-Americana, no segundo semestre, o time passou por Figueirense e Boca Juniors (Argentina), mas sucumbiu diante do Millonarios, da Colômbia.
No Campeonato Paulista de Futebol de 2007, terminou a primeira fase, novamente, na segunda colocação, perdendo apenas um jogo, para o São Caetano, mesma equipe que teria de enfrentar nas semifinais. Após um empate por 1 a 1 no primeiro jogo, o tricolor sucumbiu em pleno Morumbi ao ser derrotado pelo Azulão por 4 a 1, sendo eliminado assim da competição.
A alegria do ano ficou por conta do bicampeonato brasileiro, o quinto título nacional da história do time, conquistado com quatro rodadas de antecipação, depois da vitória por 3 a 0 sobre o América-RN, no Morumbi, em 31 de outubro. Nunca na era dos pontos corridos time algum tinha sido campeão com tanta antecedência.
Fonte: Wikipédia
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